Sou de momentos. Somos de momentos. E o que dizem é verdadeiro: o que fica não é a tristeza ou a felicidade, não é o sorriso ou o choro, não é o abraço ou o "estaladão" mas sim o momento em que todas essas coisas aconteceram. Há momentos em que estamos me êxtase puro, outros em que estamos de neura (e aqui normalmente o dia começa logo pessimamente, mal abrirmos os olhos e olhamos para o despertador), outros em que estamos em estado delirante e nada nos vai fazer deprimir, nem mesmo o facto de ter de aturar shopping's em vésperas de Natal, e tmabém há aqueles momentos em que estamos "offline", estamos desligados do mundo, estamos com a cabeça do tamanho dos Clérigos, estamos a deprimir o nosso estado deprimente e a convencermo-nos de que a vida é bem melhor quando se está enfiada na cama, a ver televisão (os mil episódios repetidos de Brothers & Sisters e de Desperate Housewives), com o pijama mais piroso que foi oferecido no Natal passado pela Tia Avó que nem o nome sabemos, rodeados por gomas, chocolates, leite condensado, bába de camelo, com o telemóvel em cima da mesinha da cabeceira à espera que se passe alguma coisa, que toque, que dê sinal de vida, e nada. Nada vezes nada. As revistas já não têm nada de novo, já vimos todas as cusquices que havia para ver. Ah, talvez lenços de papel espalhados pela cama, nunca se sabe onde tanta emoção poderá levar-nos. A chuva e o frio fazem mesmo com que seja real o facto de estarmos "teóricamente bem" e para completar a festa, só falta mesmo o fantástico clássico da Celin Dion: "All by myself". E temos de acompanhar a Celine e berrar bem alto o quanto estamos: "ALL BY MYSELF, DON´T WANT TO BE!!". E aqui temos o verdadeiro momento "Bridget Jones". E nada de tretas porque todos nós já tivemos o nosso! (não vamos exagerar, e para quem conhece a cena do filme, claramente que as nossas mães deixavam mensagem no atendedor de chamadas e não estariamos assim tão desesperados).
P.Sawyer*