domingo, 27 de setembro de 2009

"Pessoas que não gostam de vinho"


Vamos expandir horizontes e vamos vindimar. Vamos curtar uva e depois calcá-la gentilmente para que se transforme em liquido e depois de bem fermentado, esse mesmo liquido é servido à mesa como nectar dos deuses. Ou talvez não, e simplesmente sirva para uma miúda, toda desgovernada das ideias, apanhar uma grande piela com uma garrafa que comprou por 1euro numa simples garrafeira (diria que nestes caso a culpa é substancialmente das pessoas que andaram a pisar as uvas e transformaram o vinho em "mata ratos", talvez tivessem micoses superficiais nos pés). Vamos fazer km's numa estrada que não conhece a palavra "recta" e vamos respirar o ar do campo, dos montes, dos fogões a lenha, dos vales que fazem eco e do verde mais verde do mundo espalhado por todas aquelas planicies. E fomos. Quer dizer, foram. Eu ainda curtei meia duzia de cachos e tal, mas assumo ser muito mais "cidade" do que "campo" e assumo não ter perfil para tais lides. Não gosto de hortas, não gosto da pasmaceira, não gosto do silêncio, não gosto de ter as mãos todas sujas, não gosto de me curtar com as tesouras de poda, não gosto de saber que estou afastada da "civilização". Mas gosto de ver os outros satisfeitos (e gosto bastante de feijoada, que por acaso foi o almoço). E sou optima a dar apoio moral e a fazer uma bela reportagem fotográfica (também sou optima a comer sobremesas, principalmente toucinho do céu). Continuo a preferir comprar as garrafinhas de vinho ja prontinhas a consumir, e mesmo assim não sou apreciadora, o que faz de mim algo do género "penetra" quando tento enquadrar-me em algum jantar em que se bebe 3 ou 4 garrafas de vinho quando estamos 6 pessoas. "Para mim era uma coca-cola, por favor" (e isto para não pedir uma garrafa de água que fica ainda pior...).



*creio ser urgente criar o dia das "pessoas que não gostam de vinho", assim como existe o dia dos namorados, deviamos comemorá-lo todos os anos com um belo jantar regado a água do Luso (e deixar os amantes de vinho sozinhos e excluidos em casa).


P. Sawyer*

1 comentário:

  1. Pelo menos deu para rir e livrar-me do silêncio =P
    Confesso que apesar de morar no meio-termo (nem é campo nem é civilização)o mês de Outubro, ou a época das vindimas, da-me um certo gozo!Não porque tenha jeito para vindimar, embora nunca tenha experimentado, mas porque é fantástico apreciar e tentar perceber o processo do vinho, desde a apanha da uva,a ida para o lagar, a fermentação, o vinho doce (que da para limpar a "tripa"), o passar para a pipa, o engarrafar, o escolher a rolha, a temperatura ideal,grau de álcool...é fantástico como isto tudo se baseia em luas, estados do tempo e clima. Viva a Mãe Natureza, porque só ela sabe fazer o verdadeiro Néctar dos Deuses-sem qualquer tipo de aditivos/métodos estudados-ou a verdadeira Surrapa (para quem não sabe, é a gíria usada para designar o vinho que não vale um caral**).
    Muito OBRIGADA aos senhores Alentejanos que me acolheram de uma forma mui sui generis e que me deram oportunidade de provar o famoso maduro tinto-não descurando, NUNCA, os Senhores do DOURO. A estas duas localidades, deixo o meu bem-hajam e os votos de boas vindimas "TCHIM_TCHIM"

    ResponderEliminar