quarta-feira, 1 de abril de 2009

A vantagem de andar a pé


Enquanto que para uns o engraçado da vida é apenas ir vivendo ou "sobrevivendo", sempre com queixas, problemas e ressentimentos... para outros a vida é ver muito mais para além do óbvio.
Como em tudo no mundo, encontramos facilmente vantagens e desvantagens (e para aqueles que partilham comigo o gosto pela Psicologia e pelas respectivas ciências humanas e sociais, sabem bem ao que me refiro). Não são unânimes quando têm de ser apontadas (tanto as vantagens como as desvantagens), mas quando temos a sorte de fundamentar a nossa opinião da melhor maneira (normalmente, aquela "maniera" que o Sr. Dr. Professor tanto desejava ouvir), caimos nas graças da sabedoria e ouvimos um "muito bem" ou um "muito pertinente a sua observação" ou um "exactamente". Tanto paleio para chegar ao ponto em que digo: andar a pé, tem muitas vantagens (para mim são mais desvantagens que vantagens mas... watherver!). Quando andamos a pé porque queremos, acho fantastico, mas quando andamos contrariados, a história não é a mesma. Na 6ª feira passada andei a pé contrariada, porque tive de ir a um colóquio (contrariada) e porque tive de me levantar cedissímo quando normalmente acordo à 1h da tarde. Manhã de neura. Lógico. Mas... quando estamos mais desesperados e mais contrariados, é mesmo quando nos aparecem coisas "do outro mundo" ou no mínimo "inesperadas" à nossa frente. Coisas essas que se não fossemos a pé nunca dariamos o mesmo valor, e provavelmente nem nos apercebiamos de nada (a vantagem de andar a pé). Nós só vemos nos filmes, e normalmente naqueles mesmo muito lamechas e cheios de amor por todos os lados e pronto... filmes de domingo à tarde! Na minha direcção vinha uma rapaz a correr com um ramo de flores na mão (cheiinho de cores o ramo), só quando o vi mais próximo é que me apercebi que era um ramo de flores que trazia na mão. De repente parou, já bem mais próximo de mim, tocou à campainha de um prédio e ficou ali à espera que alguém lhe abrisse a porta. Estava com uma cara normalissima, embora viesse a correr tipo tolinho. Não sei dizer se aquilo era um acto de amor, se era uma tentativa de pedir perdão, se era para se desculpar, se era um simples "bom dia", se era um carinho, se era um pedido ou se era uma prova de qualquer coisa... o que é certo é que a subjectividade dos actos que a vida nos proporciona ( nos deixa observar), é um exercicio fantastico para contrariarmos a nossa indisposição. Fiquei burra. E se tivesse tido tempo tinha ficado num cantinho a ver como seria o final do "rapaz e do ramo de flores colorido"!
A vida é para ser vivida nunca com o contentamento do óbvio, e por isso mesmo, nunca se deixem enganar pela simplicidade de um título de um post... "nem tudo o que parece, é".

P.Sawyer*

1 comentário:

  1. estou impressionada tati :) adorei o teu blog!!
    um beijinho enorme da bárbara!

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