sábado, 26 de setembro de 2009

Morre lentamente quem não viaja


"Morre lentamente quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem destrói o seu amor-próprio,
Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,
Repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
Quem não muda as marcas no supermercado,
não arrisca vestir uma cor nova,
não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
Quem prefere O "preto no branco"
E os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis,
Justamente as que resgatam brilho nos olhos,
Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
Quem não se permite,
Uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da Chuva incessante, Desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
não perguntando sobre um assunto que desconhece
E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
Recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o
Simples acto de respirar.
Estejamos vivos, então!"


by Pablo Neruda


(Obrigado pela dica em forma de mail, cara comadre alentejana! - por uma semana, pelo menos. Próximo weekend é reservado para as novidades acompanhadas por peixe "não cozinhado" e condimentos asiáticos. Bom regresso à civilização contemporânia e viva ás viagens!)
P. Sawyer*

1 comentário:

  1. Morre-se lentamente se não se comer japoes e descongelar a pessoa em causa! (horrendo?? Parece sim, mas para quem não perceber o significado das coisas eternas).

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