terça-feira, 10 de março de 2009

Jackie Brown

Adoro cinema. E apesar de saber que sou uma critica desmedida na maior parte dos filmes que vejo, e acreditem, não são poucos os que costumo ver, gostava muito de um dia ir tomar um cafezinho (alias, carioca de limão.. não gosto de café) com o Quentin Tarantino. É capaz de ser o maior cliché do mundo cinematográfico: dizer que se gosta muito de Tarantino. Não digo que gosto dos filmes realizados por este senhor só porque "fica bem", até porque de coerência e desenvolvimento lógico de uma história ele parece perceber muito pouco.. ou quase nada, no mínimo. Mas claro, fica sempre bem dizer que se adora Tarantino. A ideia do tal cafezinho (carioca de limão), seria por um simples motivo: acho fascinante a forma tão simples e natural com que ele mata personagens. Aconselho vivamente qualquer um de vocês, mesmo que não sejam fãns, a ver o filme "Jackie Brown". Mas não para ver o filme em si, apenas para ver uma das cenas mais incriveis de sempre. A naturalidade com que "louis" mata a rapariguinha surfista só porque esta se está a meter com ele por não saber onde estacionou o carro. E agora sim, muito importante. Claro que ja toda a gente passou por isto, alguém a gozar connosco porque não sabemos onde deixamos o carro quando vamos a um centro comercial, e depois andamos a fazer aquelas figurinhas ridiculas de andar a "passear" pelo parque de estacionamento todo, com alguém a dar nos cabo da cabeça porque nunca sabemos do carro. Claro, o Tarantino arranjou maneira de combater este problema. "Louis, Louis.. não sabes onde está o carro!! ahaha Será que está nesta fila.. oh, não, está na próxima.. oh.. Louis, Louis, onde estará?". Muito calmamente, o nosso amigo Louis vira-se para trás e dá um tiro no peito e outro na barriga da amiguinha surfista. Sem sequer olhar para trás, Louis encontra o carro e vai-se embora. E se estão a questionar-se se houve pelo menos algum plano do corpo da pobre rapariga que morreu, apenas por estar a gozar com alguem que não sabia onde estacionou o carro.. não, não apareceu nada a não ser os dois tiros do Louis. Brilhante. Sem duvida, o meu ponto alto de domingo à tarde. A genialidade e a simplicidade com que Tarantino mata personagens. E realista até certo ponto.. afinal, quem nunca teve vontade de dar dois tiros a alguém que nos irrita, pelo simples facto de não sabermos onde deixamos o carro estacionado?

P. Sawyer*

1 comentário:

  1. Adorei ler o teu comentário sobre o Tarantino,
    concordo plenamente...também eu vi o filme e a
    certa altura dei comigo a rir...como é possível ele matar todos os personagens daquela
    maneira?!
    Parabéns...Continua,pois escreves muito bem,só podia...!!!
    E agora vou ser seguidora do teu blog.
    Beijão enorme.
    Ylalzen

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