segunda-feira, 29 de junho de 2009

Zen


Um dia ainda hei-de ir para uma montanha daquelas super monstras e poderosas, rodeadas por monges com vestimentas cor-de-laranja e carequinhas. Não gosto de dar nomes, gosto de fantasiar, mas para que o enquadramento visual seja maior, qualquer coisa do género do filme "Sete anos no Tibete" (e quem nunca teve a oportunidade de ver esse filme, que eu dúvido que ainda exista alguém que nunca viu, não sabe o deslumbramento de imagens, cores e culturas que está a perder). Quero ir atrás daquilo a que chamam o estado Zen. E que maravilhoso seria conseguir experimentar a realidade directamente, conseguindo para isso desapegar-me de palavras, conceitos e discursos. E, para desapegar-me disso, o fundamental é meditar. Por isso, aquilo a que se designa "zazen" ("meditação sentada") é a prática fundamental do Zen. Através da respiração e do bloqueamento de ideias consegue-se, pura e simplesmente, deixar de pensar. Isto intriga-me de tal maneira que nem queiram saber! É que se formos a ver bem, nós estamos constantemente a pensar, estamos constamente em alerta, a nossa cabeça não pára. E de repente, vêm uns senhores todos vestidos de igual falar em "respiração controlada", em nirvanas, em poderes da concentração, em posturas de meio lótus, em posturas burmanesas, etc, etc. Adoro. Basta ler um pouquinho sobre os seus seguidores e fica-se automáticamente deslumbrada. Até porque o Zen é tido como um estilo de vida, e não apenas como um conjunto de práticas ou um estado de consciência. E desenganem-se aqueles que pensam que em Portugal não há seguidores. A montanha para mim é a minha cama. E o meu estado Zen é atingido quando estou a jogar compulsivamente Game Boy, normalmente o "Super Mario Land". Gosto do som de quando apanha aqueles cogumelhos mágicos e quando dá cabeçadas naqueles quadradinhos e saem moedas para apanharmos. Só vale se estiver a jogar com som, senão lá se vai o equilibrio da respiração. Podemos criar os nossos próprios estados de relaxamento. Embora gostasse muito mais da perspectiva dos templos e dos monges, o meu quarto, o meu candeeiro e o meu Game Boy parece-me perfeito. Por enquanto, pelo menos...

P.Sawyer*

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